“Uma obra de arte deve levar um homem a reagir, sentir sua força, começar a criar também, mesmo que só na imaginação. Ele tem de ser agarrado pelo pescoço e sacudido; é preciso torná-lo consciente do mundo em que vive, e, para isso, primeiro ele precisa ser arrancado deste mundo.” Pablo Picasso
Nesse atual contexto que presenciamos um cenário delicado e perigoso entre Rússia e Ucrânia, impossível não lembrar da icônica obra do pintor espanhol: Guernica, pintada em 1937, justamente para “gritar”, alertar e chamar atenção para as atrocidades do então General Franco.
O fascínio da arte, seja na pintura, na fotografia ou em qualquer outra possibilidade, é procurar entender a obra e o seu porque dentro do contexto, do período que aconteceu, ir além e mergulhar na sua história. Nada é por acaso. Além de um clique, de pinceladas, de escritas...
Guernica, que da nome ao quadro, é justamente o nome da pequena cidade basca que sofreu com bombardeio impulsionado pelos nazistas apoiadores do General Franco, no contexto da Guerra Civil Espanhola, e que então impulsionou Picasso a fazer e dizer algo. E disse, através da sua arte.
Na época, Picasso morava em Paris, e tomou conhecimentos dos ataques e destruição por intermédio dos periódicos. Mas essa distância não diminuiu em nada a indignação do pintor. Tanto, que podemos perceber o quanto sua obra é “pesada”. Uma verdadeira expressão do horror e expressa tamanha atrocidade representando o sofrimento do povo espanhol.
Picasso trabalhou incansavelmente no imenso mural - media sete metros de comprimento -, resultando em cerca de cinquenta esboços de preparação ao trabalho e retrabalhado que a tela o exigiu por algumas vezes. Um mês e meio depois de iniciar ela Picasso a terminou, deixando a obra finalizada para a exposição que iria aconteceria naquele mesmo ano.
Caminhando com o olhar pela tela fica claro de entender o que estava “escrito” por meio das suas pinceladas ao se deparar com cenas como de uma mulher chorando por seu bebê morto e estatelado logo em primeiro plano; um homem que empunha uma espada quebrada e aparentemente está ferido; sobre esse mesmo homem um cavalo assustado parece dar seu último grito; em outro momento uma pessoa, amedrontada e em perigo busca se salvar levantando os braços levantados.
Por isso, que devido a reflexões como essa do artista Pablo Picasso, que em algum momento você já deve ter ouvido que a arte salva e também por isso é necessária. Logo, sejamos arte, façamos arte, espalhemos arte, respiremos arte, por um mundo mais harmônico, igual, leve...