Em dias forçados de reclusão social por conta da prevenção ao vírus do Covid-19 vamos aproveitar e falar do norueguês Edvard Munch. Não se trata de nenhum médico, pesquisador, cientista, mas sim de um artista considerado um dos precursores do Expressionismo, movimento no começo do século XX.
Mas Dennis, o que tem uma coisa com a outra? Vamos lá. Munch ficou mais conhecido no seu trabalho por abordar em suas telas de temas densos, profundos e que envolvem conflitos psicológicos como a solidão, a melancolia, a ansiedade e o medo. Sentimentos esses que tem se tornado comum cada vez mais, e que se intensificou mais agora pelo acontecido na área da saúde.
Por isso vale a reflexão. Essa pausa forçada não seria a vida lhe dando um tapa na cara do tipo, acorda!!! O que está fazendo? Qual o seu propósito? O seu caminho escolhido é esse mesmo? Está feliz fazendo o que faz? Enfim, os questionamentos podem ser inúmeros e cada um sabe onde mais “pega o bicho”.
E você pode não conhecer o Edvard Munch, mas certamente já olhou ou ouviu sobre umas das suas obras: O Grito, obra de 1893.
Sobre o quadro. Apesar de uma obra autobiográfica ela expressa e representa os sentimentos que em algum momento também já passaram pelos nossos pensamentos. Essas formas distorcidas somadas com a expressão do personagem apenas expõe as dificuldade e dor em certos acontecimentos da vida, resultando assim num grito. Símbolo que ilustra muito bem esse sentimento. A tela tem como cenário a cidade de Oslo, que na época e até 1925 era chamada de Kristiania.
E o sentimento, que tanto falamos até o momento, foi a motivação e inspiração para a produção deste quadro, conforme o próprio Edvar Munch explicou em umas das anotações do seu diário.
“Eu estava andando pela estrada com dois amigos… Então o sol se pôs… O céu de repente virou sangue e eu senti um grande grito na natureza…”.
A obra também reforça a força expressiva das linhas, a redução das formas e importância que mostra com a cor, características marcante nas telas de Munch.
Aproveitando a citação sobre o céu, o seu movimento e suas ondulações que de certa forma nos causa uma inquietação, não lembram Van Gogh por acaso, por que o artista holandês era uma das inspirações e referências de Munch.
Por fim, uma curiosidade. A máscara do conhecido filme Pânico foi inspirada nesta obra de O Grito. E que assim como no filme procuremos levar esse momento de “terror” numa boa e da melhor maneira possível. Afinal, tudo tem seu lado positivo.