Se falarmos em Gyula Halász bem provável que muitos não conheçam, mas de Brassai, sim. O pseudônimo foi criado com base na sua cidade de nascimento Brassó, na Transilvânia, onde nasceu em 1899.Era considerado o “olho de Paris”. Seus registros únicos da Cidade Luz eram precisos e belos. Aliás, luz que também captava e compunha como ninguém em suas fotos. O apreço pela cidade francesa começou desde pequeno, pois sempre ouvia os relatos de seu pai, professor de francês em uma universidade.
Brassai estudou na Academia de Arte em Budapeste (1918-1919) e na Akademische Hochschule (1920-1922), em Berlin. Antes da fotografia trabalhou como pintor, escultor e jornalista em Paris (1924-1930). Nesse período teve a oportunidade de ter contato com nada menos que Picasso, Dali e Braque, entre outros...O início na fotografia aconteceu em 1930. Fotografava com uma câmera Voigtlander. Por 10 anos (1930-1940) foi fotógrafo independente para as revistas Verve, Minotauro e Harper’s Bazaar. Já em 1932 publicou “Paris à Noite”.
Paris era um tema de infinita grandeza para Brassai. Suas fotografias de Paris enxergavam as pessoas de forma sensível e, com frequência, de forma bastante dramática. As avenidas glamurosas e seus caminhos secretos e intrigantes. Uma delícia de viagem entre luz brilhante e nitidez de um lado com noites chuvosas e nevoeiros como “personagens” marcantes em suas fotos.
Usava suas habilidades de pintor para compor cada enquadramento de modo que as pequenas parcelas de luz ocupassem as grandes áreas escuras. Esse contraste permitiu uma leveza e profundidade em suas imagens que marcaram todo o seu trabalho. Não à toa que “Paris à noite” até hoje é um clássico moderno. Digamos, foi seu cartão de visita e iniciou a construção da sua merecida reputação.
“A noite sugere, não ensina. A noite nos encontra e nos surpreende por sua estranheza; ela libera em nós as forças que, durante o dia, são dominadas pela razão.“ (Brassaï)