Considerado um mestre no domínio da luz, da composição e também da paciência. Assim era o fotógrafo chinês Fan Ho (1931-2016). Motivos mais que suficientes para que ele se torne uma referência e fonte de pesquisa paraos amantes na arte da fotografia.
Ho começou bem cedo, ainda menino, aos 14 anos, após ganhar de seu pai uma Rolleriflex. Nascido em Xangai se mudou com a família para Hong Kong. A mudança parece que fez bem ao jovem chinês na época, pois sua fotografia passou a ganhar “corpo”.
Gostava de se posicionar em um local que pudesse oferecer uma boa composição e luz para quando seu assunto aparecesse.. O "tal" momento decisivo de Henri Cartier-Bresson."O reconhecimento, em uma fração de segundo, do significado de um acontecimento assim como a organização precisa de formas que dão a esse acontecimento sua expressão adequada". Quando "se alinha a cabeça, o olho e o coração". Cartier-Bresson
Com maestria sabia escrever com a luz. Autodidata, outro objetivo de Ho em suas imagens era pela busca da beleza e perfeição e sempre de forma livre. Livre no sentido de não se prender em formatações e/ou preconceitos e sem frescura.
A seguir o trecho de uma entrevista de Fan Ho concedida ainda em 2014, antes de nos deixar ano passado, e que resume bem sua essência na fotografia.
“... Eu sempre acreditei que qualquer obra de arte deveria decorrer de sentimentos e entendimentos genuínos ... Eu não trabalhei com nenhum sentido de propósito. Como artista, eu só queria me expressar. Eu fiz isso para compartilhar meus sentimentos com o público. Eu preciso ser emocionado emocionalmente para criar trabalhos significativos. Quando o trabalho ressoa com o público, é uma satisfação que o dinheiro não pode comprar. Meu propósito é simples: eu tento não desperdiçar o tempo da minha audiência. (Risos)
Por mais fotografias assim, carregadas de entrega, sentimento e emoção.